quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Governo divulga balanço do primeiro ano do programa mais médicos

Faltando cerca de um mês para as eleições, o Ministério da Saúde chamou uma coletiva, nesta quinta-feira (4), para apresentar um balanço de um ano do programa Mais Médicos e divulgar dados de uma pesquisa de opinião que aponta altos índices de aprovação do programa, vitrine eleitoral da presidente e candidata Dilma Rousseff (PT).
O ministro Arthur Chioro (Saúde) ainda aproveitou para rebater a crítica feita pela candidata à Presidência Marina Silva (PSB), que se referiu ao Mais Médicos como medida "paliativa". "Não é um programa paliativo e muito menos tem prazo de validade", disparou Chioro, sem citar a candidata Marina.
Também durante o balanço, o Ministério da Educação divulgou a lista de cidades que preencheram os critérios estabelecidos e estão aptas a receberem novos cursos de medicina –abertura de vagas que pode se estender até 2017.
O balanço de um ano, chamado pelo próprio ministro Chioro de "ato-coletiva", teve uma face política. As quatro primeiras fileiras de cadeiras do auditório do Ministério da Saúde, cerca de 30 lugares, estavam reservadas com a palavra "prefeito" e eram ocupadas pelos próprios prefeitos ou por seus representantes –todos das cidades escolhidas para receberem novos cursos de medicina.
Em sua fala, Chioro apresentou dados já divulgados dos investimentos federais em atenção básica –R$ 20 bilhões em 2014 contra R$ 9,7 milhões em 2010– e reapresentou os números finais do Mais Médicos –12.462 profissionais em 3.785 municípios. Por outro lado, atualizou os números de vagas de residência e graduação de medicina abertas em 2014, até o momento.
Dois vídeos foram apresentados, durante o evento, ressaltando os pontos positivos do Mais Médicos e colhendo relatos de pacientes satisfeitos com a iniciativa.
Inédita, de fato, era a pesquisa de opinião realizada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com os usuários do programa Mais Médicos. Foram ouvidas 4 mil pessoas em 200 cidades atendidas pelo programa federal.
Segundo Chioro, a pesquisa identificou que a população vê os médicos do programa como mais atenciosos e mais capacitados e competentes, mais voltados às áreas rurais e que entende que há mais rapidez no diagnóstico.
"[A pesquisa mostra que] 95% dos entrevistados estavam muito satisfeitos ou satisfeitos com a atuação dos médicos e 87% deram nota de 8 a 10 para o programa Mais Médicos", destacou o ministro. Chioro citou, ainda, que 74% informaram que o programa era muito melhor que o esperado e que para 86% a qualidade do atendimento é melhor ou muito melhor que anteriormente.
Questionado sobre as intenções do governo ao divulgar uma pesquisa de opinião em plena campanha eleitoral, Chioro afirmou que o Mais Médicos é "republicano" e que é "legítimo" apresentar o balanço ao final do primeiro ano do programa. "Talvez seja difícil para muitos admitir que um programa conduzido de forma governamental, mas republicana, possa ter o resultado que o Mais Médicos tem. Está mudando a vida de 50 milhões de habitantes."
Chioro se irritou quando questionado, mais de uma vez, sobre as críticas feitas pela população e captadas pela pesquisa da UFMG. "Eu mostro uma pesquisa que tem 87% [de satisfação], 1% ou 2% que é ponto negativo, mas a gente explora...", rebateu Chioro.
"Apenas 1% a 2% dos entrevistados se mostraram insatisfeitos com o programa. São queixas restritas basicamente a dois tipos de problema: dificuldade de comunicação, que se mostram pequenas pela quantidade de profissionais estrangeiros do programa, e, em segundo lugar, uma expectativa de encontrar, no posto de saúde, serviços de especialista, que o posto não fornece", disse o ministro.
NOVAS ESCOLAS DE MEDICINA
Durante o balanço do Mais Médicos, o Ministério da Educação apresentou a lista de 39 cidades aptas a receberem novos cursos de medicina, seguindo uma nova lógica adotada pelo governo para garantir a abertura de cursos onde há necessidade de profissionais médicos e estrutura para receber os cursos.
As cidades estão distribuídas em onze Estados: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Outros sete municípios estão com pendências e entrarão em outra seleção.
O MEC promete lançar, ainda este mês, uma chamada pública voltada a instituições privadas de ensino superior interessadas em abrir cursos nesses 39 municípios. A pasta diz que pretende finalizar, até o final do ano, o processo de escolha das instituições que abrirão os cursos nestas 39 cidades.
De acordo com o ministro Henrique Paim (Educação), no entanto, a abertura efetiva dos cursos pode se estender até 2017, já que é complexa a tarefa de abrir novas escolas e contratar professores.
A lista das 39 cidades foi lida durante o evento, o que provocou fortes aplausos entre os prefeitos e seus representantes que participavam do "ato-coletiva"

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